O projeto Rua Para Pessoas surgiu para dar mais conforto e segurança para quem caminha pelo Centro de Porto Alegre, mas está sendo continuamente desrespeitado por motoristas que estacionam seus carros sobre a área destinada ao pedestre. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) que deveria fiscalizar e punir os infratores, pouco tem feito para garantir o respeito à área que deveria ser exclusiva para os pedestres.

Durante a última semana fomos diversas vezes ao Centro conferir o andamento do projeto e todas as vezes encontramos veículos estacionados sobre o trecho dos pedestres. Haviam inclusive fiscais da própria EPTC presentes no local, mas que só tomaram alguma atitude depois de nossa reclamação.

Durante as reuniões do grupo de trabalho (GT) que elaborou o projeto, os representantes da prefeitura garantiram que haveria fiscalização ostensiva para garantir o respeito à área de pedestres, o que não vêm acontecendo. O projeto original elaborado apresentado pela Mobicidade e pelo escritório de arquitetura 0E1 previa a delimitação da área de pedestres com fradinhos (como na imagem abaixo) o que impediria o estacionamento irregular sobre a área de circulação de pedestres, tornando desnecessária a fiscalização. Foi a própria EPTC que optou por substituir os fradinhos por tachões, que não impedem a passagem de automóveis. O argumento da EPTC é que os fradinhos seriam obstáculos que comprometeriam a acessibilidade, principalmente por pessoas com alguma deficiência visual. A nossa opinião é de que carros estacionados sobre a área que deveria ser dos pedestres constituem em obstáculos muito maiores.

Outra falha grave que pode comprometer o projeto é a falta da criação de um grupo de trabalho para tratar da ambiência das ruas envolvidas no projeto para rever e realocar o mobiliário urbano, conforme foi conversado nas reuniões do GT. Uma nova ambiência para esses espaços ampliados para pedestres dariam um aspecto de maior integração entre a calçada e o novo espaço conquistado.
A Mobicidade acredita que os passeios ampliados servem também para devolver a rua o status de lugar para se estar ao invés de mero espaço de circulação. Acreditamos que o projeto Rua Para Pessoas tem um potencial maior do que o de mera “pedestrovia” como foi apelidada pela imprensa.