No dia 15/11, teremos o primeiro turno das eleições de Porto Alegre.
A Mobicidade deu uma olhada nos planos de governo de quem se candidatou para ver quem fez (e como fez) propostas sobre mobilidade urbana*.
Porto Alegre tem um Plano Diretor Cicloviário desde 2009, prevendo 395 km de ciclovias. Passados 11 anos, só foram implementados 53 km (e mal integrados). Dado o histórico descaso com o PDCI no município, também destacamos como o plano é mencionado nas propostas de governo.
Conforme as pesquisas de perfil de ciclistas da Transporte Ativo (em 2015 e 2017), a ampliação da rede cicloviária aparece como principal fator que motivaria as pessoas que já pedalavam a pedalarem ainda mais.
* As candidaturas são aqui citadas em ordem alfabética. Optamos por manter os detalhes inclusive das chapas impugnadas.
Fernanda Melchiona (PSOL), propõe:
- Rever e executar o Plano Diretor Cicloviário (PDCI). Não ficou claro se “rever” significa checar o que já foi feito ou se a proposta visa modificar o projeto. Adequar e integrar os diversos modais de acordo com o PDDUA e com o PNMU, considerando a região metropolitana e o diálogo com as comunidades envolvidas.
- Criar de um aplicativo de entregas de caráter público.
- Criar um fundo de mobilidade a partir de 40% dos valores arrecadados em multas, dentre outros recursos. Destinar a verba para: plano cicloviário; passe livre; desempregados por conta da pandemia; campanhas de educação no trânsito.
- Aplicar os 20% das multas de trânsito para a execução de projetos cicloviários. Não ficou claro se há relação desses 20% com o fundo citado no tópico anterior.
- Propiciar transporte de bicicletas em ônibus.
João Derly (Republicanos), propõe:
- Atualizar o PDCI.
- Integrar o uso do cartão TRI e/ou celulares com os sistemas de transporte do município.
- Instalar bicicletários e armários terminais de ônibus, shoppings, escolas, etc.
- Considerar a bicicleta como meio de transporte até 10 km.
- Incentivar o uso de bicicletas elétricas em regiões com variações de relevo.
Júlio Flores (PSTU), propõe:
- Ampliar e adequar as ciclovias da cidade. Não cita o PDCI.
- Implementar estacionamentos de bike e meios de interligação com outros meios de transporte em locais de difícil acesso para ciclistas (em termos de relevo).
Manuela D’Ávila (PCdoB), propõe:
- Executar o PDCI e incluir nele “a obrigatoriedade de estruturas de apoio ao modal cicloviário em empreendimentos comerciais, educacionais e outros ‘polos geradores de tráfego’”. Ou seja, visa alterações no plano.
- Planejar e investir em transporte por BRTs, VLTs, ciclovias e hidrovias.
- Reorientar as contrapartidas de empreendimentos conforme o PDCI.
Montserrat Martins (PV), propõe:
- Ampliar ciclovias e ciclofaixas. Não cita o PDCI.
- Implementar estacionamentos para bicicletas.
- Incentivar também o uso de outros modais não poluentes, como o Catamarã e VLTs.
- Implementar também o uso de bicicletas e cavalos pela Guarda Municipal.
Nelson Marchezan Jr (PSDB), propõe:
- Ampliar a rede cicloviária. Não cita especificamente o PDCI.
- Aprofundar conceito de ruas completas.
Rodrigo Maroni (PROS), propõe:
- Implementar novas ciclovias que integrem bairros e regiões e reparar as existentes. Não cita o PDCI.
Valter Nagelstein (PSD), propõe:
- Revisar o planejamento urbano. Não cita o PDCI.
- Integrar os diversos modais de transporte.
- Realizar um projeto aquaviário que envolva a região metropolitana.
Candidatos que não mencionam propostas para a mobilidade urbana em PoA em seus planos de governo:
- Gustavo Paim (Progressistas)
- José Fortunatti (PTB)
- Juliana Brizola (PDT)
- Luiz Delvair Martins Barros (PCO)
- Sebastião Melo (MDB)